Incontinência anal: Um problema de saúde com solução
A incontinência anal, definida como perda do controle voluntário das fezes, é um grande problema social e de higiene. Ela é definida como a incapacidade de controlar a eliminação, pelo ânus, de gases ou fezes de consistência líquida, pastosa ou sólida até o momento desejado. Varia desde pequenas perdas de gás ou líquido até acidentes de grande monta. Independentemente do volume perdido, o paciente pode sentir-se bastante constrangido e inseguro, o que transforma de maneira substancial sua confiança e comportamento social. Medicamentos também podem causar aumento da velocidade do trânsito intestinal e causar a incontinência. São exemplos, os hipoglicemiantes (usados no tratamento de diabetes) e as medicações antidepressivas. O uso indiscriminado de laxativos é outra causa potencial de incontinência. Em caso de tratamento cirúrgico, o cirurgião coloproctologista avaliará e definirá a melhor estratégia ou abordagem. Dentre as várias técnicas disponíveis encontram-se a correção do músculo anal rompido, o reforço da musculatura do canal anal enfraquecida ou, inclusive, as técnicas de preenchimento anal, de implante de esfíncter anal artificial ou de estimulação do nervo sacral.
Tratamento
A fisioterapia pélvica auxilia esses pacientes a restaurarem a funcionalidade desses músculos através do treinamento específico dessa musculatura.
Uma avaliação prévia do coloproctologista para descobrir a causa dessa incontinência é de extrema importância, inclusive nos casos cirúrgicos o tratamento pré e pós-operatório exigirá do paciente a consciência de que ele precisará exercitar esses músculos.
Biofeedback: ferramenta na qual o paciente visualiza a contração do assoalho pélvico, melhorando sua conscientização corporal. Nesse caso conseguimos melhorar a força e a resistência muscular (endurance).
Eletroestimulação: auxilia a contração muscular recrutando as fibras musculares que fazem a contração dessa região perineal. Eletroestimulação parassacral: auxilia nos reflexos nervosos, podendo regenerar fibras e melhorar os reflexos dos neurônios motores.
Exercícios cinesioterápicos: São de extrema importância quando o paciente játem consciência de seu assoalho pélvico. Costumo chamar de exercícios
funcionais, pois são eles que dão o suporte necessário para as atividades
diárias dos pacientes e melhora qualidade de vida.
Hoje os tratamentos também são baseados na neuroestimulação sacral, que consiste em uma opção terapêutica eficaz e segura no tratamento da incontinência anal, para pacientes com falha do tratamento conservador ou em pacientes submetidos à intervenção cirúrgica malsucedida. É um sistema implantável que estimula os nervos sacrais, modulando os reflexos neurais que influenciam a bexiga, esfíncter e assoalho pélvico, sendo uma técnica minimamente invasiva bastante consolidada e introduzida na década de 1980.
Coloproctologista Ornella Cassol
Fisioterapeuta Caroline Guariente Oliveira